Ranking Histórico Mundial de Clubes baseado em critérios matemáticos

(Última atualização: 14/01/2014)

English Version

• I - O RANKING
• II - EXPLICAÇÕES
  • 1. Introdução
  • 2. Selecionando as competições a serem consideradas
  • 3. Definindo os times ranqueados
  • 4. Definindo as variáveis
    • 4.1 Força
    • 4.2 Dificuldade
  • 5. Os pesos de cada competição
  • 6. "Auto-pesos"
  • 7. Re-proporcionalizando os pesos
    • 7.1 Pesos baseados nos desempenhos na Taça Libertadores
    • 7.2 Pesos baseados nos desempenhos nos Campeonatos Mundiais
    • 7.3 Pesos baseados nos desempenhos na Copa dos Campeões da Europa
    • 7.4 Pesos baseados nos desempenhos na Copa dos Campeões da África
  • 8. Calculando o peso dos campeonatos mundiais
• III - A PONTUAÇÃO ATUAL
• IV - UMA PROPOSTA MAIS JUSTA

I - O RANKING

II - EXPLICAÇÕES

1. Introdução

Todos os rankings históricos encontrados na Internet (não apenas na RSSSF, mas em muitos outros sites) são feitos na base do "eu acho". Todos os pontos atribuídos são determinados da forma "Eu acho que cada título do Campeonato Italiano deve valer XX pontos" ou "Eu acho que cada vice-campeonato da Copa dos Campeões da Europa deve valer YY pontos". Meu ranking, por outro lado, atribui pontos baseados em cálculos e considerações matemáticas com virtualmente nenhuma afirmação do tipo "Eu acho". De fato, o único fato que "eu acho" é que, para qualquer competição considerada, dois vice-campeonatos devem equivaler a um título.

2. Selecionando as competições a serem consideradas

Para tratar todos os países e continentes em condições de igualdade, eu considero apenas a competição mais importante em cada nível:

- Nível Mundial: Mundial Interclubes (Copa Toyota) e Mundial de Clubes da FIFA;
- Nível Continental*: Taça Libertadores** e as Copas dos Campeões da Europa e da África;
- Nível Nacional: Campeonatos nacionais;

* Eu não considero as Copas dos Campeões da CONCACAF, da Ásia e da Oceania porque esses continentes ainda não tiveram nenhum time ranqueado.
** Incluindo o Torneio de Campeões Sul-Americanos de 1948.
*** Este ranking incluía os campeonatos estaduais brasileiros por ser o Campeonato Brasileiro (iniciado em 1971) muito mais jovem do que os outros campeonatos nacionais do planeta e a não inclusão dos campeonatos estaduais poderia deixar os times brasileiros em posições inferiores à realidade.
    Em 22/dez/2010, porém, a CBF atribuiu à Taça Brasil (1959-1968) e ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) status equivalente ao Campeonato Brasileiro. Por essa razão, esses torneios passaram a ser contabilizados no ranking com peso de Campeonato Brasileiro e os campeonatos estaduais (que não existem em outros países) deixaram de ser levados em consideração.

3. Definindo os times ranqueados

Eu procurei ranquear todos os times que possam ser considerados "grandes" por algum critério. Da mesma forma que em meu ranking do tipo "Eu acho", o time deve obedecer (no mínimo) um dos critérios abaixo para ser incluído no ranking:

 1) Ser mencionado na revista PLACAR - "Grandes Times" (edição nº 1058)
 2) Ser mencionado na revista PLACAR - "Esquadrões" (edição nº 1064)
 3) Ter pelo menos 1 (Copa Libertadores, Copa dos Campeões da Europa, Mundial de Clubes da
    FIFA ou Mundial Interclubes (Copa Toyota)) ou 4 (Copa dos Campeões da África, da CONCACAF,
    da Ásia ou da Oceania) títulos ou 1 vice-campeonato do Mundial de Clubes da FIFA
 4) Ser mencionado na revista PLACAR - Ranking dos Melhores Times do Mundo (edição nº 1111;
    versão revisada - edição nº 1157)
 5) Ser mencionado entre os 50 Greater Clubs of The World
 6) Ser mencionado entre "Os Principais Clubes do Mundo" (revista PLACAR - Guia do Torcedor)
    (distribuído com a edição nº 867)****
 7) Ser mencionado na revista FOUR-FOUR-TWO - "World League" (edição nº 103 - Suplemento
    World Football)
 8) Ser mencionado no livro "The Greatest-Ever Football Line-ups"
 9) Ser mencionado entre os FIFA Classic Clubs
10) Ser mencionado na revista GOL FC - "Os 100 Maiores Times do Mundo" (ed. especial nº 3)*****
11) Ser mencionado no livro "Futebol Mundial de Clubes" ******

**** Exceto times de Brasil, Espanha, Itália ou Portugal
***** Exceto times do Brasil
****** Somente times considerados "golden" ou "silver"

4. Definindo as Variáveis

Esse ranking é baseado exclusivamente em duas variáveis definidas para todos os campeonatos: força e dificuldade.

4.1 Força

A força de um campeonato é definida como o desempenho dos times que o disputam na competição imediatamente superior. Esse desempenho é calculado atribuindo-se 2 pontos aos títulos e 1 ponto aos vice-campeonatos.

Por exemplo, os clubes franceses conquistaram um título (Olympique Marseille em 1993) e cinco vice-campeonatos da Copa dos Campeões Europeus (Stade Reims em 1956 e 1959, Saint-Ettiénne em 1976, Olympique Marseille em 1991 e Monaco em 2004). Então, a força do Campeonato Francês é calculada como sendo (1 x 2) + (5 x 1) = 7.

Calculadas pelo mesmo método, essas são as forças dos vários campeonatos:

Obs. Clubes de outros países jamais foram campeões ou vice-campeões continentais e portanto seus campeonatos nacionais têm força 0. Por isso, times de outros países que não os listados acima não serão ranqueados.

Obs.
1) Como o Mundial Interclubes (Copa Toyota) era disputado por apenas duas equipes, seus vice-campeonatos não foram levados em consideração no cálculo da força das competições continentais.
2) Clubes da Ásia, da CONCACAF e da Oceania nunca conquistaram nenhum dos títulos mundiais nem o vice-campeonato do Mundial da FIFA e portanto seus campeonatos continentais têm força 0. Por isso, times desses continentes não serão ranqueados.
3) Desde que Cruz Azul e Chivas Guadalajara conquistaram o vice-campeonato da Taça Libertadores e enquanto nenhum time da CONCACAF for ao menos vice-campeão do Mundial da FIFA, o México será considerado, para todos os efeitos, como se fosse um país sul-americano.

4.2 Dificuldade

A dificuldade de um campeonato é definida como o nível de disputa, ou a "força interna", desse campeonato e medida como o número de times que historicamente dominam a disputa. Essa medida é simplesmente o número de times que venceram pelo menos metade do número de títulos do maior vencedor.

Por exemplo, o maior vencedor da Copa dos Campeões da Europa é o Real Madrid com nove títulos. Metade de nove é 4,5 e apenas quatro times venceram mais de quatro títulos: Real Madrid (9), Milan (7), Bayern München (5) e Liverpool (5). Logo, a dificuldade da Copa dos Campeões da Europa é igual a 4.

Medidas pelo mesmo método, essas são as dificuldades dos vários campeonatos:

5. Os pesos de cada competição

O peso inicial de cada competição é definido e calculado simplesmente como o produto de força e dificuldade:

Claramente, essa simples comparação é irreal, pois os cálculos dos pesos do campeonato nacional da Argélia e da Copa dos Campeões da Europa, por exemplo, foram baseados (através da variável "força") em desempenhos em competições completamente diferentes. Por isso, é necessário re-proporcionalizar os pesos.

6. "Auto pesos"

Inicialmente, as forças dos campeonatos nacionais sul-americanos foram calculadas com base nos desempenhos na Taça Libertadores da América. Para permitir a comparação entre os campeonatos nacionais sul-americanos e a Taça Libertadores, pode-se aplicar o mesmo cálculo á própria Taça Libertadores, chegando a uma "auto força" igual a 165 (pois em 55 edições da Taça Libertadores, houve, obviamente, 55 campeões e 55 vice-campeões). Então, podemos calcular o "auto peso" da Taça Libertadores, que é igual a 165 x 4 = 660.

Seguindo a mesma lógica, podemos permitir a comparação entre a Copa dos Campeões da Europa e os campeonatos nacionais da Europa, encontrando, para a Copa dos Campeões da Europa, a "auto força", que é igual a 174 (em 58 anos houve 58 campeões e 58 vice-campeões) e o "auto peso", igual a 174 x 4 = 696.

Seguindo novamente a mesma lógica, podemos permitir a comparação entre a Copa dos Campeões da África e os campeonatos nacionais da África, encontrando, para a Copa dos Campeões da África, a "auto força", que é igual a 147 (em 49 anos houve 49 campeões e 49 vice-campeões) e o "auto peso", igual a 147 x 3 = 441.

7. Re-proporcionalizando os pesos

Inicialmente, é muito importante notar que os pesos podem ser divididos em cinco grupos:

i) pesos baseados nos desempenhos na Taça Libertadores (pesos dos campeonatos nacionais da América do Sul e o "auto peso" da Taça Libertadores);
ii) pesos baseados nos desempenhos na Copa dos Campeões da Europa (pesos dos campeonatos nacionais da Europa e o "auto peso" da Copa dos Campeões da Europa);
iii) pesos baseados nos desempenhos na Copa dos Campeões da África (pesos dos campeonatos nacionais da África e o "auto peso" da Copa dos Campeões da África);
iv) pesos baseados nos desempenhos nos Mundiais Interclubes e da FIFA (pesos da Taça Libertadores e da Copa dos Campeões da Europa).

Assim, precisamos re-proporcionalizar grupo por grupo.

7.1 Pesos baseado nos desempenhos na Taça Libertadores

7.2 Pesos baseado nos desempenhos nos Campeonatos Mundiais

Como o peso da Taça Libertadores foi re-proporcionalizado de 228 (peso inicial) para 660, também se deve re-proporcionalizar os outros pesos do mesmo grupo, multiplicando-os por 660/228:

E, para permitir a comparação entre os campeonatos nacionais da Europa e a Copa dos Campeões da Europa, é preciso determinar o "auto peso" re-proporcionalizado da Copa dos Campeões da Europa como igual a 660.

Da mesma forma, para permitir a comparação entre os campeonatos nacionais da África e a Copa dos Campeões da África, é preciso determinar o "auto peso" re-proporcionalizado da Copa dos Campeões da África como igual a 17,37.

7.3 Pesos baseados nos desempenhos na Copa dos Campeões da Europa

O "auto peso" da Copa dos Campeões da Europa foi re-proporcionalizado de 696 (o "auto peso" original) para 660 e, por isso, também se deve re-proporcionalizar os outros pesos do mesmo grupo, multiplicando-os por 660/696:

7.4 Pesos baseados nos desempenhos na Copa dos Campeões da África

O "auto peso" da Copa dos Campeões da África foi re-proporcionalizado de 441 (o "auto peso" original) para 17,37 e, por isso, também se deve re-proporcionalizar os outros pesos do mesmo grupo, multiplicando-os por 17/441:

8. Calculando o peso dos campeonatos mundiais

Conforme definido na Seção 6, pode-se encontrar, para os campeonatos mundiais, sua "auto força", que é igual a 116 (em 43 edições do Mundial Interclubes (Copa Toyota), houve 43 campeões e em 10 edições do Mundial da FIFA, houve 10 campeões e 10 vice-campeões), e seu "auto peso", que é igual a 116 x 16 = 1856.

Como não existe um peso "verdadeiro" ("verdadeiro" em oposição a "auto") dos campeonatos mundiais, é preciso estimá-lo.

Conforme visto na Seção 6, há três campeonatos com ambos ("verdadeiro" e "auto") os pesos e que podem sugerir um fator de multiplicação:

Assim, podemos adotar como o peso re-proporcionalizado final para os campeonatos mundiais, a média (1856 + 1760 + 73,10)/3 = 1229.70.

III - A PONTUAÇÃO ATUAL

Após todas as re-proporcionalizações, e adotando a equivalência entre dois vice-campeonatos e um título, temos as seguintes pontuações atualmente atribuídas:

IV - UMA PROPOSTA MAIS JUSTA

Pode-se dizer que não é justo comparar, por exemplo, os títulos do Manchester United com os títulos do Paris Saint-Germain, pois o PSG é quase 100 anos mais jovem do que o MU, o que significa que o Manchester United teve muito mais oportunidades de conquistar pontos do que o Paris Saint-Germain. Então, podemos fazer um outro ranking baseado na média de pontos conquistados por ano:

Este ranking faz parte do grupo Oosterpark Rankings.